I TM 4:116

Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. 1 TM 4:16

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Teoria X Prática


Por Marcos Silva.


       Longe de mim dizer que a teoria é desnecessária, até porque a teoria enriquece a prática quando esta não é deixada de lado.  A teoria você aprende de forma técnica no seminário, mas a prática advém de exemplos deixados por cristãos verdadeiros onde a essência é manifesta nos frutos.

       Ao longo de anos da vida cristã cresci ao lado de outros jovens que eram apaixonados pela obra, não mediam esforços, seja qual fosse o trabalho a ser executado, sempre pró-ativos e imbuídos no auxílio ao próximo, mesmo com suas limitações intelectuais pregavam uma mensagem simples, porém verdadeira, até o dia em que de alguma forma se sentiram chamados para o pastorado.

       Quando posso converso com uns desses irmãos e pude perceber que alguns mudaram radicalmente o comportamento depois que foram para o seminário teológico, alguns somaram a teoria à prática que já vivenciavam, outros tiveram sua espiritualidade e até mesmo personalidade massacradas pela teoria. O que será que provocou essa mudança de comportamento? Será a teoria? Ou será que não houve um chamado verdadeiro?  

       Não sou nenhum expert no assunto, não sou teólogo nem tampouco pastor, apenas um observador, que olhando de fora pode perceber que quando o chamado é verdadeiro, apesar das lutas, os resultados são sempre positivos. Vi que alguns estão executando um ministério promissor porque uniram o conhecimento à humildade, tornando cada vez mais carismáticos, com uma liderança persuasiva cuja autoridade é emanada do seu exemplo, sua habilidade e se alicerça no elevado padrão da disciplina e eficiência que exige de si e de seus liderados. Estes souberam aliar o conhecimento (teoria) com a vida cristã na condição de servo e nada mais (prática).

       O segundo exemplo são os que tornaram-se patrões, chefes que imbuídos no objetivo de atingir suas metas pela força, encontrando os mais diversos tipos de resistência, contrastando suas atitudes com o que prega a respeito de “Jesus o Bom Pastor”. O conhecimento (teoria), diplomas e títulos o ensoberbeceram, deixaram a condição de servo zelador da noiva de Cristo (prática).   

       Percebi também um terceiro exemplo que são os não formaram-se em seminários, às vezes possuem apenas cursinhos básicos de teologia e quando podem participam de pequenos seminários, suas convicções são mais baseadas na fé do que na própria teologia. Com a ajuda do Espírito Santo cumprem o “ide”, porém com limitações, seu aprisco se torna lugar de passagem, onde as ovelhas chegam permanecem por um tempo e logo se vão.

       Teoria X prática são dois polos distintos e complexos. Por um lado podemos ver pastores que se auto proclamaram, e sem o mínimo de conhecimento teológico, fazem a obra desleixadamente, Iludidos pelo crescimento numérico da igreja, tornam-se cada vez mais pragmáticos, imediatistas, voltados para resultados, não se importando com os meios para conseguir realizar seus projetos e sonhos. Resultado: uma igreja imatura, analfabeta de Bíblia, com ênfase na emoção, cheia de gente vazia. As escolas teológicas criticam a falta de visão e crescimento teológico desses pastores.

        Por outro temos pastores que por terem seus títulos, bacharelados, mestrados  etc, se acham os maiorais, estão em outro nível, não conseguem sequer manter as relações interpessoais.  Se colocam como autoridade, não espiritual, mas humana, onde só ele detém a verdade e ai daquele que discordar de uma vírgula que ele disser.

       Com se dá o chamado? Cada um tem o seu, se verdadeiramente foi um chamado de Deus , não serei eu quem vou responder, pois Deus trata cada um de forma íntima e pessoal. Creio que aqueles que verdadeiramente Deus os chamou, serão compelidos pelo Espírito Santo a adquirir conhecimento, não para vaidade mas para executar com zelo o ministério. A soberba jamais fará brotar o sentimento de autoridade humana suprema sobre as ovelhas, e sim uma autoridade espiritual evidenciada com atitudes de servo, assim como Jesus (João 13).

       Pedro é um exemplo de um ministro sem muita cultura, embora fora aluno do Mestre dos mestres, em seu currículo não constava a vasta grade de disciplinas dos seminários teológicos, no entanto seu aprendizado foi na prática, evidenciada nas atitudes do próprio Jesus. O resultado foi um ministério digno de ser copiado. Seu ministério chegou a um nível que talvez nenhum outro consiga nos dias atuais, mesmo com tanto conhecimento acadêmico teológico.

       Ao contrário de Pedro, Paulo era letrado, respeitado pelo seu vasto conhecimento, uniu toda a sua teoria à prática e os frutos do espírito emanados através dele o fez nosso doutrinador, uma referência de líder que se perpetua de geração em geração.

       Verdadeiramente Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos. Todo cristão tem um chamado, seja para qual for a tarefa - “E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres” (Ef 4.11)- e se Ele te chamou, Ele mesmo te capacitará, te fará um obreiro aprovado, munido de todas as ferramentas para cumprir seus propósitos. O Espírito Santo fará arder a chama do desejo de crescer tanto no conhecimento como na prática. Se isso não acontecer é porque não foi chamado para aquela função. Esteja atento ao Espírito Santo para saber qual o seu chamado e não veja com os olhos humanos, talvez seja na função que você despreza que Deus quer te exaltar.

       Não tenha medo de assumir o compromisso com Deus quando Ele lhe lançar um convite (ou mesmo uma ordem, pois é Ele quem manda), porque é Deus que opera em nós tanto o querer como o realizar (Fp 2.13). Ou seja, de Deus vem não só o desejo de fazermos algo com a capacitação e a oportunidade. Os grandes, os que se acham suficientes, se tornam fechados para a operação de Deus. Podem ser chamados de “impelidos”. A esse grupo, soma-se os preguiçosos (não se preparam, não lêem, não estudam, não vigiam, não oram, não ensaiam, etc.), os relaxados (Jr 48.10), os egoístas, os gananciosos, os vaidosos e os soberbos. Os impelidos sempre causam transtornos e frustrações. A obra cresce quando os chamados se fazem dignos de seus chamado. Deixo esta palavra a todos os “chamados, amados em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo” (Jd v.1). Considerem sempre isto: “Fiel é o que vos chama, o qual também o fará” (1 Ts 5.24). O poder, o amor, a moderação vêem de Deus (2 Tm 1.7), assim como a sabedoria (Tg 1.5), a oportunidade (At 27.24), a fé, os meios, os recursos e a motivação.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Um paralelo entre Saul e Davi

VEJAM O INCRÍVEL PARALELO ENTRE SAUL E ALGUNS PASTORES DE HOJE (OS FILHOS DE SAUL)




Por Cristiano Santana

Sempre que leio os fatos bíblicos relacionados a Saul fico impressionado ao perceber o paralelo que existe entre esse personagem bíblico e alguns líderes evangélicos modernos. Saul parece ser um tipo perfeito dos falsos obreiros que são verdadeiros fardos para o rebanho do Senhor. Vejam abaixo as comparações:

OS FILHOS DE SAUL COSTUMAM TER UM INÍCIO APARENTEMENTE PROMISSOR

Lembremos quando Saul foi escolhido como rei em Mispá. Era alto e não havia ninguém mais belo do que ele no meio da multidão. Ela era como alguns obreiros de hoje, com uma aparência tão imponente que todos que os observam dizem que eles têm jeito de pastor. Saul também era tão tímido que se escondeu na bagagem quando foi tomado, por sorte, rei de Israel, através de Samuel. Ele também realizou o feito extraordinário de destruir Naás, rei dos amonitas. Com essa prova de liderança e coragem, todo o povo o aceitou, e foi proclamado rei em Gilgal. Haveria começo melhor para um rei: bonito, de presença marcante, humilde e bem sucedido na batalha?

É...Mas ninguém conhecia o ser perverso que habitava aquele coração. Ainda não era a hora da sua maldade aflorar. Não lembra alguns líderes de hoje? No início pareciam aqueles cachorrinhos alegres, pulando em pé, com a lingua de fora, obedientes, fazendo tudo que o seu dono mandasse. São uns doces de pessoas, tão solícitos! Tão simples! Pena que ninguém contemplou o leão dentro deles, a cobra que estava sendo criada. Saudade da época em que o Espírito Santo mostrava quem as pessoas realmente eram, antes de serem consagradas. Agora basta ter o tão sonhado "status" social, boa aparência e um canudo de faculdade. Isso é o suficiente.

OS FILHOS DE SAUL INVEJAM E DESEJAM DESTRUIR AQUELES QUE TÊM O VERDADEIRO CHAMADO DE DEUS

Quando Saul começou a demonstrar a sua incompetência como rei, Deus mandou Samuel ungir a Davi como o novo monarca, um homem segundo o Seu coração. A partir daí, incitado por sua inveja e por um espírito imundo, Saul fez de tudo para acabar com o filho de Jessé. Ele, assim como todo o Israel, sabia que havia uma unção especial sobre a vida de Davi. Por isso decidiu eliminar aquele que era um forte candidato ao trono. O que se vê, depois, é uma implacável perseguição movida por Saul: tentou fazer Davi cair às mãos dos filisteus, ao ordenar que trouxesse 100 prepúcios dos seus inimigos; planejou matar Davi; tentou encravar a Davi na parede com uma lança; perseguiu a Davi nos desertos de Maon, Eng-Gedi e Zife. Não satisfeito, Saul mandou assassinar a 85 sacerdotes de Nobe e todos os habitantes desse cidade, por terem recebido a Davi.

Não é exatamente isso que presenciamos em nossas igrejas? A liderança, com medo de ser eclipsada pela unção de um subalterno, inicia maldosamente um ação sistemática para sufocá-lo: não lhe dá oportunidade nem para orar pela oferta, sempre corrige suas mensagens, dá-lhe "broncas" na frente de toda a igreja, mantém-no como mero trabalhador, quando toda a igreja percebe que o mesmo já tem chamada para diácono, ou até mesmo para presbítero. Quem não já viu uma situação como essa dentro da casa que se chama casa de Deus? Como tamanha maldade pode habitar no coração daquele que foi chamado para pastorear? Ao invés de perseguir e lutar contra os demônios, ele sente prazer em assediar moralmente, enfim, humilhar obreiros que só querem fazer a vontade de Deus.

OS FILHOS DE SAUL COSTUMAM TER UM FIM DEPLORÁVEL

Depois de cometer tantas arbitrariedades, Saul se viu abandonado por Deus.Diz o texto bíblico: "Vendo Saul o arraial dos filisteus, temeu e estremeceu muito o seu coração. Pelo que consultou Saul ao Senhor, porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas." (I Samuel 28:5,6) . Em resumo, Deus cortou todos os canais de comunicação com Saul. Naquele momento de aflição o malvado rei teve como resposta o silêncio divino. Por causa disso, apelou para uma necromante e cometeu o abominavél ato de tentar consultar o morto Samuel, uma prática veementemente repudiada por Deus. O apelo de Saul à feiticeira foi inútil, pois, como se sabe, ele foi derrotado pelos Filisteus no Monte Gilboa. Suicidou-se, vergonhosamente, atirando-se sobre a sua espada.

Não são poucos os líderes evangélicos que já foram completamente abandonados por Deus. O Espírito já saiu deles há muito tempo. Deus antes falava com eles nos sonhos, através da Bíblia, em revelações e através de profetas. Visto que abandonaram a sã doutrina e o verdadeiro amor às ovelhas, o Senhor Jesus se afastou deles. Hoje se alimentam das palavras que saem da boca dos falsos profetas, verdadeiros sucedâneos da feiticeira de En-dor, os quais profetizam e falam mentiras apenas com o fim de bajular. Esses infelizes pastores vivem nas trevas, procurando outras fontes de luz na política, no poder e nas associações com movimentos heréticos. Mas essa estratégia não vai salvá-los. Eles cairão sobre a própria espada. Serão eliminados pelas suas próprias armas. Se não for agora, será no grande dia do juízo final.

Pobres filhos de Saul...

O que a bíblia não fala, mas os pastores sim!



Por Daniel Clós Cesar

Há alguns anos, fui convidado por um pastor, e participei de um evento para jovens e adolescentes em uma igreja evangélica aqui de minha cidade. O objetivo do presbitério da instituição era ensinar a sã doutrina conforme a Palavra, sem nenhuma idéia humana ali embutida. Ora, isso era o mesmo que pensavam ser possível os historiadores da Escola Metódica ou Positivista, eles morreram acreditando serem totalmente imparciais, isso porque não leram seus próprios textos 50 anos depois. Ora, quem pode ser totalmente imparcial? Se você é a favor da pena de morte não será um discurso que lhe fará mudar de opinião, pessoalmente, acredito que apenas uma transformação gerado no Espírito Santo te fará pensar de outra forma. O mesmo digo dos “idolatradores” da Teologia da Prosperidade, só o Espírito Santo para fazer uma obra na vida deles e os transformar, ou alguém acredita que por tanto gritar eles vão acordar? Somente quem tem ouvidos ouve.

Pois bem, alguns pastores e líderes sentados no meio de um grupo de aproximadamente 50 jovens e adolescentes, ávidos por questionarem tudo aquilo que desejam fazer mas têm medo de que sejam disciplinados por tal atitude, ainda que a tal denominação, como tantas outras, diga não ter doutrinas senão as bíblicas.

Entre as primeiras perguntas, escritas em um papel, afinal ninguém quer mostrar a cara quando se tem 16 anos e não é filho de pastor ou levita, veio a seguinte: “Jesus era tatuado, posso fazer uma tatuagem?”

A gente já sabe de onde o rapaz ou moça tirou a idéia de que Jesus é tatuado (Ap 19.16), e não vou entrar aqui no detalhe se Jesus é ou não tatuado, eu tenho tatuagem e fiz depois de muitos anos de convertido, mas não aconselharia ninguém a fazer uma, você pode se arrepender mais tarde, então, mantenha a pele limpa até ter certeza de alguma coisa... mas voltando ao Jesus tatuado e se eu posso ou não fazer a resposta dos pastores foi, entre outras coisas: “tatuagem tem um simbolismo perverso, é usada por pessoas de gangues e promiscuas, não por alguém que já teve um encontro com Deus etc...” por fim a mesma bobagem de sempre: “a Bíblia diz que não se deve marcar o corpo”.

Também sabemos de onde vem essa pérola, e aqueles que lêem a Palavra sabem que ela está incompleta. A Palavra diz em Lv 19.28, que “não golpeareis o corpo nem o marcareis pelos mortos”... hum mudou muito... mas não quero parar aqui, não quero me deter nas coisas pequenas, quero ir para o macro, para ver se assim, os legalistas conseguem abrir seus olhos. Neste mesmo capítulo de Levítico, a lei mosaica também proíbe o consumo de sangue animal, o corte arredondado do cabelo, o se vestir com roupas de diferentes malhas (ex: algodão e lã), manda guardar o sábado e por fim intruí quanto à prática do sacrifício de carneiros.

O que aconteceu que apenas um pedaço da lei foi mantido e o restante foi “detonado”? Moisés não ouviu direito o que Deus lhe disse e escreveu coisas além do necessário? Não servem mais?

Pergunta vai, resposta vem, surge o piercing... Ah o piercing... a resposta foi das melhores, vai bem a calhar com o fim da novela das 8 da Globo. “Essa é uma prática indiana em homenagem a ídolos, representa sensualidade e é demoníaca. Um cristão não pode ficar copiando esse tipo de coisa”. Aí resolvi participar, apesar de ser convidado. Fiz então a seguinte colocação e pergunta:

“Pastor, mas quando Eliezer encontra Rebecca ele lhe põe um pendente no nariz. Se lermos em Êxodo, vamos ver que as mulheres hebréias doaram seus pendentes de nariz para os utensílios do templo. Não poderíamos nós então pensar no “significado” do pendente para os judeus e não para os indianos?”

Antes da resposta ouvi: “De que igreja você é mesmo?” Depois de responder ouvi um solene: “Porque motivo seguiríamos a lei? Haviam outros povos andando com os judeus no deserto, certamente era desses outros povos, que não eram de Deus, os pendentes”.

Contraditório? Não, absurdamente insano, mundano e perverso esse tipo de pensamento. Um pensamento que só deseja cativar de forma violenta pessoas que vão ali em busca de água, e o que recebem para beber? Vinagre?

O mesmo aconteceu comigo aí já em outro lugar quando questionei uma festa à fantasia organizada por membros da minha igreja há vários anos atrás. Até porque essas mesmas idéias de “significados” rolam por lá. Discuti o fato de festas à fantasia estarem na origem das festas carnavalescas, nas orgias e outros tipos de eventos profanos desde a Antigüidade, e falo com a propriedade de um professor de História com estudos na área de História Antiga Clássica, e encontramos tanto na literatura tradicional como na hoje disposta na internet, uma vasta bibliografia à respeito.

O que ouvi foi: “Não podemos levar tudo tão à sério assim não”.

Ora, que tipo de cristianismo estamos vivendo? Um cristianismo arbitrário que escolhe aquilo que é bom e aquilo que é ruim conforme a moda, que diz não ao incenso mas diz sim ao mantra “gospelizado”, que diz não a música secular mas sim aos filmes seculares que usam essas mesmas músicas como tema? Aí quando queremos incorporar uma nova mania espiritualizamos tudo e dizemos: “Vamos resgatar o que o diabo nos tomou, e agora vamos fazer isso ou aquilo”.

A hipocrisia já atingiu faz muito tempo o ápice dentro da igreja instituição. Que a cada momento “resgata” alguma coisa das mãos do diabo. “Resgataram” o rock e o tornaram espiritual, “resgataram” a dança e a tornaram profética, “resgataram” a guitarra e a tornaram ungida, “resgataram” as festas à fantasia e tornaram momento de comunhão... só esqueceram de resgatar o homem e dar-lhe a chance de ser chamado, Filho de Deus.