I TM 4:116

Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. 1 TM 4:16

terça-feira, 14 de maio de 2013

Pastores tiranos, tiranos do bem!



"Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR."Jeremias 23 v.1

C.S. Lewis disse: “De todas as tiranias, aquelas exercidas sinceramente para “o bem” de suas vítimas podem ser as mais opressivas. Seria melhor viver sob barões ladrões do que sob “onipotentes” metidos à moralidade. A crueldade do barão pode, por vezes, adormecer, e a sua cobiça pode em algum momento ser saciada; mas aqueles que atormentam-nos para “o nosso próprio bem” vão nos atormentar sem fim, pois fazem isso com a aprovação da própria consciência.”

É certo que nem toda a ditadura nasce de boas intenções, mas a maioria sim. Todo tirano quer transformar o mundo em “um novo mundo”, transformar o homem em “um novo homem”. Todo líder totalitário é salvador, libertador e transformador. Cuidado com o pastor que quer determinar até sobre quem você irá casar, seu horário de trabalho. 

Todo homem com complexo de salvador, transformador, seja político ou pastor, certamente será um pequeno ou grande opressor. Um fenômeno que tenho observado ultimamente nas igrejas evangélicas é que existem pastores e líderes religiosos que tem uma verdadeira obsessão para que sejam obedecidos cegamente. Alegam, frequentemente, serem representantes de Deus, existem alguns que usam Deus como castigador: “Quem não me obedece eu entrego nas mãos de Deus”. Para fazerem com que sejam obedecidos utilizam guerras psicológicas e empregam doutrinas de autoritarismo até que provocam uma espécie de “lavagem cerebral” em seus ouvintes. Estes tipos de pastores frequentemente se negam a ser questionados quanto às suas condutas pessoais e impõem aos outros estritas regras morais a sua revelia. Se mostram agressivos quanto são desobedecidos e falam mais com a emoção do que com a razão. Ainda para nossa infelicidade muitos destes líderes são encontrados em pequenas igrejas e em grandes catedrais também.

Para melhor ser entendido vou fazer lhes mostrar através de algumas perguntas e respostas como identificar se seu líder, seu Pastor é um tirano.

1 Que tipo de pessoa é um Pastor autoritário, em outras palavras: como podemos reconhecer?

Bem, se queremos reconhecer e identificar os pastores tiranos temos que aprender a seguinte lição: Não nos guiemos pela aparência externa, pois pode tratar-se de qualquer pessoa (você só vai saber quando o poder estiver com ela), mas especialmente aqueles que parecem ser muito bons por fora, sorridentes, brincalhões. A característica inconfundível dos pastores tiranos, independente de denominação, é que exercem forte controle sobre sua membresia para tirar proveito pessoal. Em outras palavras, eles tem uma mentalidade que tende a dominar e manipular a consciência das pessoas para obter algo de seu interesse delas.

2 Qual é o perfil dos tiranos disfarçados de Pastores?

Há um perfil definido para reconhecer estes “pastores”. A fim de controlar as pessoas eles usam vários truques, isso mesmo truques. O principal é o de oferecer e negar cargos de liderança e confiança a fim de controlar as pessoas por seus brios, seus desejos de liderar e de estar a frente de outros. Para isso manipulam a consciência, as expectativas, as necessidades e em especial usam a Bíblia, através de suas particulares interpretações, a fim de deturpar e dar a orientação errada. Manipulam os sentimentos, as emoções e o respeito da membresia. Este espírito ou mentalidade de controle não é um pequeno defeito de caráter ou algo que se herda ou que se adquire por contagio ou acidente. Com certeza é consequência de uma vida de egocentrismo perverso. 

A Bíblia nos mostra exemplos desta obsessão por controlar as pessoas através da vida de líderes como o rei Saul e Jeroboão. Saul, um dirigente do povo de Israel, tinha completa obsessão de ser sempre o mais importante (1Samuel 15 v.12, 30 e 1Samuel 18 vv. 6-8). Tinha tanto medo de perder sua posição que vivia em uma constante preocupação. Isso o levou a implantar um opressivo sistema de governo sobre o povo de Deus para vigiar que ninguém fosse chegar a ser tão popular como ele (1Samuel 18 vv. 9-12, 19 v.1, 20 vv. 30-33; 22 vv.17-18). Jeroboão, por sua vez, criou um sistema religioso para controlar as multidões e continuar tendo uma posição cômoda e próspera de um rei. Sua tirania levou a exercer um autoritarismo tão forte que ele agrediu e perseguiu gente justa e inocente (2 Crônicas 13 vv. 8-9). Este tipo de controle autoritário é egoísmo em sua máxima expressão.

São homens querendo se fazer como Deus, ao exigir obediência absoluta. Ouvi um testemunho absurdo de uma irmã em que o Pastor a colocou as seguintes opções: Ou você rege o grupo feminino de louvor ou você trabalha, as duas coisas você não pode fazer. Em contraste com tudo isto vemos que Jesus Cristo, sendo o filho de Deus, não teve um espírito de controle; nem quando alguns de seus discípulos se foram, não os perseguiu, nem os ameaçou. Nem tão pouco montou uma campanha de difamação a fim de os oprimir e fazê-los voltar ao redil. E mais, ainda perguntou a Pedro e aos outros que ficaram, se eles também queriam ir. Desde então muitos de seus discípulos voltaram atrás e já não andaram com ele. Disse então Jesus Cristo aos doze: “Quereis vós também retirar-vos?” (João 6 vv. 66-67). Jesus Cristo tão pouco atuava como tirano, nem manipulava os sentimentos das pessoas para extarir benefícios pessoais (dinheiro, conforto e fama). Não usava os púlpitos para lembrar a cada oportunidade que ele era a autoridade. Ele não tinha esta necessidade pois os discípulos já sabiam disso. A autoridade de Jesus Cristo vinha do servir, do amor desinteressado, da unção que havia sobre a sua vida (Mateus 20 vv. 25-28; João 15 vv. 12-13). Ainda que Jesus Cristo instruísse, corrigisse e mantivesse uma disciplina entre os discípulos, sempre ensinos que as escrituras e o Pai eram e são a autoridade espiritual máxima (Mateus 16 v.23). è fácil ver porque os pastores tiranos ou líderes autoritários tem que estar “doutrinando” quase até o ponto da exaustão nos púlpitos dizendo que tem seus membros que estarem sujeitos a eles pois são ungidos de Deus, são os anjos da igreja. Isso prova que não tem nenhuma autoridade espiritual e é isso que se nota. 

Que razões pode ter um líder espiritual para querer controlar as pessoas?

São muitas as razões, mas todas se resumem em uma só: satisfazer algum desejo egoísta. A perseguição aos “rebeldes” tem duas finalidades uma psicológica e outra pragmática. Por um lado “satanizar” os rebeldes, o pastor tirano intenta aliviar o peso da consciência tratando de pensar de alguma maneira os rebeldes eram maus aos olhos do Senhor e por isso sofreram e que eram joio e Deus os arrancou, pois estavam impedindo o crescimento da obra. A perseguição aos rebeldes visa intimidar aqueles que já estão hipnotizados e assim seguem com suas reputações intactas e continuam a explorar outros impunemente.

O Novo Testamento, em 3 João VV. 9-11, nos narra a história de um líder da igreja, chamado Diótrofes, um sujeito que expulsava os membros que não se submetiam aos seus caprichos. Ele também difamava os que se opunham às suas maldades diante da igreja. Por que agia assim? O apóstolo João disse no versículo 9 que Diótrofes gostava de “ter o primeiro lugar” na igreja. Seu pecado motivacional era a vaidade. Também existem pastores que o orgulho os movem a querem controlar os outros. Querem ser considerados “exitosos” pela sociedade e isso implica em terem uma congregação muito grande, mesmo que digam em alta voz: “ Não importa que sejamos poucos, importa que Deus está conosco”, somente da boca para fora. Se por alguma razão uma pessoa ou família decide se rebelar contra ele e sair da igreja para outra, isso por si só já significa menos gente e o que é pior pode esta pessoa ou família ser exemplo para outros e provocar uma rebelião.Por isso as rédeas curtas. Afinal menos gente, menos êxito.

Resta reconhecermos e escaparmos destes pastores tiranos. Não estou lançando para o alto carapuças, nem distribuindo sapatos de cristal, mas espero que os pastores que lerem e se enquadrarem neste perfil mudem em nome de Jesus Cristo e lembrem-se que o Senhor é o nosso Pastor e que o rebanho é dele, só nos é dado o "dever" de cuidar para ele. Além disso, espero que este texto seja muito útil a todos. Que o amor de Deus que excede todo o nosso entendimento seja derramado sobre a sua vida e de sua família em nome de Jesus Cristo. Amém.

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